Capítulo 3 – Braga: Onde a Fé Floresce Entre Jardins e Sabores

Despertamos com os sinos de Braga tocando ao longe. Era como se a cidade nos convidasse a conhecê-la com calma, com reverência, com todos os sentidos atentos.

Braga não é só um destino. Braga é um sentimento. Uma mistura rara de espiritualidade, beleza e tradição — onde o sagrado e o cotidiano se entrelaçam com naturalidade.

Naquela manhã, Luciana comentou: “Aqui, o tempo não corre… ele caminha de mãos dadas com a fé.” E foi com esse espírito que começamos mais um capítulo da nossa jornada — explorando os templos, jardins e sabores que fazem de Braga um dos destinos mais ricos de Portugal.

Uma das cidades mais antigas de Portugal

Braga é uma das cidades mais antigas do país — e da Europa. Fundada pelos romanos com o nome de Bracara Augusta, foi capital da província da Galécia e, mais tarde, tornou-se um dos principais centros religiosos da Península Ibérica. Por isso, não é surpresa que Braga seja chamada até hoje de a Roma portuguesa.

As ruas de Braga contam sua história em cada pedra, em cada fachada, em cada torre que se ergue ao longe. E essa herança está viva principalmente em suas igrejas, capelas e, claro, na imponente Sé de Braga, uma das catedrais mais importantes de todo o país.

A majestade da Sé de Braga

Caminhamos pelo centro histórico até que ela surgiu, imponente, à nossa frente: a Sé de Braga, ou Catedral de Braga.

Construída no século XI, sobre as ruínas de um antigo templo visigótico, a Sé de Braga é um marco do românico português. Mas com o tempo, ela foi ganhando traços góticos, renascentistas e até barrocos, tornando-se um verdadeiro retrato da história da arquitetura sacra em Portugal.

“É como se cada pedra aqui tivesse memória”, disse Bia, enquanto filmava os detalhes dos arcos e das esculturas.

Entramos. E fomos recebidos por um silêncio que não era vazio — era cheio. Cheio de fé, de história, de presença. A Sé de Braga abriga túmulos de arcebispos, relíquias e obras sacras de valor incalculável.

A Capela dos Reis, com os túmulos de Dom Henrique e Dona Teresa — os pais do primeiro rei de Portugal, Dom Afonso Henriques — nos lembrou da importância daquela cidade na própria fundação do país.

Igrejas e capelas: o rosto espiritual de Braga

Mas Braga não se resume à sua Sé. A cidade é um verdadeiro santuário a céu aberto. E Luciana, apaixonada por arte sacra, fez questão de nos levar a cada uma das igrejas e capelas que encontrávamos pelo caminho.

Entre as mais marcantes:

  • Igreja do Pópulo: com fachada neoclássica e interior revestido de azulejos azuis, é um verdadeiro tesouro escondido.
  • Igreja da Misericórdia: ao lado da Sé, com decoração barroca de tirar o fôlego.
  • Igreja de Santa Cruz: com fachada em pedra escura talhada como rendas, impressiona pela delicadeza.
  • Capela de São Frutuoso de Montélios: uma joia visigótica do século VII, com planta em cruz grega — raríssima em Portugal.

Cada igreja, cada capela, parecia nos contar uma nova história. Histórias de fé, de resistência, de arte e de devoção.

Entre flores e fontes: os jardins de Braga

Depois de tanta emoção espiritual, decidimos fazer uma pausa entre flores. Braga também floresce em seus jardins — pequenos oásis urbanos que convidam à contemplação.

Nos encantamos com o Jardim de Santa Bárbara, no coração da cidade. Um recanto mágico, ladeado pelas ruínas do Paço Episcopal Bracarense, onde flores desenham geometria com perfeição. Bancos de pedra, fontes e uma paz suave que parece embalar o tempo.

Seguimos para o Jardim da Avenida Central, que corta a cidade com seu tapete verde e canteiros floridos. Ali, Braga nos revelou outro de seus rostos: o da juventude, do convívio, da vida que pulsa em cafés e conversas ao ar livre.

Sabores que contam histórias: a gastronomia de Braga

Nenhuma viagem é completa sem saborear o lugar. E a gastronomia de Braga é, como tudo aqui, uma mistura de tradição, generosidade e alma.

Sentamos à mesa de uma tasca acolhedora no Largo do Paço, e os aromas nos envolveram como uma benção.

Pedimos o clássico Bacalhau à Braga, frito em azeite e servido com batatas às rodelas e pimentões. Um prato que parece simples, mas guarda segredos de gerações.

Luciana não resistiu ao Pudim Abade de Priscos, uma das sobremesas mais icônicas da cidade, feito com toucinho, gemas e vinho do Porto. A combinação que poderia parecer estranha resultou em algo celestial. “Isso aqui é pecado de tão bom!”, ela disse, rindo.

Provamos ainda os rojões à moda do Minho, o arroz de pato e o incomparável vinho verde, fresco e levemente frisante, que nasceu nessa região.

A cada garfada, uma história. A cada brinde, uma celebração.

Braga é uma experiência viva

Braga não é apenas um destino religioso. Braga é cultura, é história, é beleza, é sabor. É uma cidade que nos convida a olhar para dentro — mas também a abrir os olhos para o que está ao redor.

Ali, entre igrejas e jardins, entre os sinos da Sé e os cheiros da cozinha minhota, encontramos uma cidade que não precisa gritar para ser ouvida. Braga sussurra. Braga acolhe. Braga transforma.

E foi com o coração cheio que encerramos aquele capítulo da nossa jornada. Caminhando pela Rua do Souto, observando as varandas floridas, ouvindo o burburinho dos cafés, vimos o quanto Braga é viva — uma cidade que honra o passado, mas vive intensamente o presente.

Se você está se perguntando o que fazer em Braga, a resposta é simples: sinta Braga. Viva Braga. Caminhe por suas igrejas, contemple seus jardins, saboreie sua cozinha e deixe-se tocar pela energia que emana dessa terra abençoada.

Nós, do Aventuras ao Vento, não apenas passamos por Braga. Nós fomos transformados por ela.

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